O Medo do Adeus

Oi gente,

Estava vagando no blog do Jack achei esse lindo texto, que expressa tanto de mim, desse meu momento.

Aproveitem e quem sabe esse texto também vai falar ao seu coração!

Bejoks!


O medo do adeus é terrível. Ele faz você virar refém de pessoas e situações. Às vezes até de si mesmo!

Claro que não estou falando daquele adeus referente a uma coisa ou fase ruim. Falo do adeus a um conforto que você deve ou tem que abrir mão. Do adeus a um amor. Do adeus a uma pessoa. A um emprego. Esse tipo de adeus.

Lembro do dia em que o médico chamou a mim, meu irmão e meu pai em seu consultório, para dizer que não havia mais nada a ser feito pela minha mãe. E que tudo o que deveríamos fazer naquele momento era subir, ficar perto dela e rezar. Foi um momento estranho. Falando assim, parece ter sido super doloroso, mas quem é vítima de uma doença grave não morre de uma vez. Vai morrendo aos poucos. E àquela altura, no fundo, já sabíamos que esse dia estava bem perto. Subi e fiquei no pé da cama, olhando para ela e repetindo ininterruptamente: “Se Deus existe, leva ela embora… Se Deus existe, leva ela embora…”. E foi exatamente o que aconteceu duas horas depois.

Confesso que senti tristeza e alívio. É, alívio mesmo. Aquela situação já tinha ido longe demais e ninguém merecia aquilo, principalmente ela e meu pai (que estava muito mais envolvido do que eu e meu irmão). Hoje sei que crescemos muito como pessoas e como família, em decorrência disso. Não que eu quisesse aprender a esse custo. Mas acredito que eu jamais vá ter uma lição mais definitiva do que essa sobre a importância do adeus.

A verdade é que todos temos medo de dizer adeus. Nos acomodamos diante de algumas situações e tememos que tudo pode ficar pior.

É possível que em um ou outro adeus a situação realmente fique pior. Mas tenho certeza que, após algum tempo, a grande maioria só fará bem a você. O compromisso com a eternidade é algo religioso, não humano.

Meu compromisso não é com a eternidade. Exatamente por saber que eu me torno uma pessoa melhor a cada dia, eu não aceito virar refém de algumas escolhas feitas lá atrás. Claro que eu não sou um irresponsável inconstante, não se trata disso. Mas meu pacto é com o caminho que eu acredito que me fará feliz. Mesmo que, pra isso, eu tenha que dar um ou outro adeus inesperado pelo caminho.